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Será que podemos ter estagflação?

por Alan Ghani
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Boletim Focus do Banco Central trouxe preocupações nesta segunda-feira (10): a projeção de inflação para 2025 e 2026 pirou; o IPCA projetado para 2025 está em 5,58%, enquanto para 2026 ficou em 4,30%

FÁTIMA MEIRA/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

As projeções ainda não indicam um cenário de estagflação, mas preocupa as expectativas de inflação aumentarem, e as de crescimento diminuírem

O Boletim Focus do Banco Central de hoje, que reúne a mediana das projeções das principais instituições financeiras do país, trouxe preocupações. Novamente, a projeção de inflação para 2025 e 2026 pirou. O IPCA projetado para 2025 está em 5,58%, enquanto para 2026 ficou em 4,30%. Além do aumento da expectativa de inflação também chamou a atenção o menor crescimento projetado para este e para o próximo ano. Na passagem semanal, a variação do PIB de 2025 caiu de 2,06% para 2,03%, e para 2026, de 1,72% para 1,70%. 

As projeções ainda não indicam um cenário de estagflação, mas preocupa as expectativas de inflação aumentarem, e as de crescimento diminuírem. No entanto, se esse movimento continuar, o cenário de forte desaceleração da economia com inflação não é descartado. Do lado inflacionário, o motivo decorre dos fortes gastos do governo, que pressiona a inflação. Além disso, a piora fiscal pode elevar ainda mais o dólar, trazendo pressões adicionais nos preços.

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Outro fator que pode contribuir para a alta da moeda norte americana, com impactos inflacionários no Brasil, é a política comercial protecionista de Trump. Já a desaceleração econômica ocorreria por conta da alta dos juros. Tudo indica que o governo vai pisar no acelerador do gasto público para evitar uma desaceleração da economia.

Porém, é possível que a alta da Selic, em curso, anule esse efeito. Além disso, a elevação do gasto público pode elevar a taxa de juros de mercado por conta da diminuição da poupança nacional e do aumento do prêmio de risco, levando à queda no investimento.

Em outras palavras, de um lado, o aumento da despesa pública pode exercer pressão de alta no PIB; mas, por outro, gera aumento de juros, que poderá levar a uma queda do investimento proporcionalmente maior a elevação do gasto do governo, reduzido o crescimento econômico.  Por enquanto não há estagflação, mas o cenário não é tão improvável assim.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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