Após bater na trave ao perder a semifinal da Olimpíada de Paris-2024, brasileiro superou neste domingo (20) o chinês número 1 do mundo, Lin Shidong, em Macau, na China
- Por Jovem Pan
- 20/04/2025 14h33
Divulgação/ITTF
Aos 28 anos, o carioca número 4 do mundo no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) atinge seu auge
Hugo Calderano é o primeiro mesa-tenista não asiático ou europeu a vencer uma final do Mundial. Após bater na trave ao perder a semifinal da Olimpíada de Paris-2024 para o sueco Truls Möregårdh, o brasileiro superou o chinês número 1 do mundo, Lin Shidong, em Macau, na China. A vitória na decisão foi um dominante 4 sets a 1, com parciais de 6/11, 11/7, 11/9, 11/4 e 11/5. Aos 28 anos, o carioca número 4 do mundo no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) atinge seu auge. O amor ao esporte passa pela influência do pai, que aos dois anos já ficava em cima da mesa e rebatia as bolinhas de brincadeira. O brasileiro joga bem vários esportes e, antes de escolher o tênis de mesa, praticou diferentes modalidades.
Aos 10, o talento esportivo já despontava. Ele iniciou sua carreira integrando a seleção estadual de vôlei do Rio de Janeiro e foi campeão estadual pré-mirim de salto em distância, no atletismo. Mas a decisão que mudaria sua vida aconteceu aos 14, quando deixou a casa da família e se mudou para São Caetano do Sul (SP), onde começou a treinar com a seleção brasileira de tênis de mesa. Destinado ao topo, Calderano conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014, na China. A primeira medalha olímpica da história do tênis de mesa brasileiro. Um ano antes, se tornou o mais jovem a vencer uma etapa do Circuito Mundial da ITTF, tanto na categorias juvenil, quanto no adulto.
Fora das competições, ele chama atenção por outras habilidades. Hugo aprendeu a ler e escrever sozinho aos 4 anos, fala sete idiomas (português, inglês, espanhol, alemão, mandarim, francês e italiano) e sabe na ponta da língua as capitais de todos os países do mundo. Ele também é um destaque na montagem de cubos mágicos, seu recorde no modelo tradicional 3×3 é de impressionantes 5,3 segundos. “Durante a pandemia, aprendi a tocar ukulele e violão, o que eu não me imaginava fazendo alguns anos atrás”, contou o atleta em entrevista ao Estadão em 2023. “Isso ajuda a continuar trabalhando meu cérebro e não só pensar no tênis de mesa. A gente usa nosso corpo tão intensamente no esporte que às vezes nosso cérebro fica preguiçoso. É importante não deixar que isso aconteça”.
Calderano é tricampeão latino-americano, tricampeão pan-americano, foi semifinalista nas Olimpíadas de Paris e já conquistou em 2025 a Copa da Alemanha 2024/25, e agora, a Copa do Mundo, título mais importante de sua carreira. Também atuou por grandes equipes internacionais, como o Ochsenhausen da Alemanha (2014-2021 e desde 2023), o Fakel Gazprom Orenburg, da Rússia, e o Kinoshita Meister Tokyo, da liga japonesa T-League.
Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações do Estadão Conteúdo
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