A ONU diz que os recursos são necessários porque o impacto da guerra de 22 meses entre o Exército do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) –que já deslocou um quinto da população e provocou fome severa em cerca de metade da população — aparenta estar prestes a piorar.
Em uma declaração por vídeo a uma sala repleta de diplomatas em Genebra, a chefe do Programa Alimentar Mundial, Cindy McCain, afirmou que “o Sudão agora é o epicentro da maior e mais severa crise de fome do mundo de todos os tempos”.
Ela não informou números, mas a população total do Sudão é de aproximadamente 48 milhões de pessoas atualmente. Entre crises de fome anteriores, a de Bengala, em 1943, custou entre 2 e 3 milhões de vidas, segundo várias estimativas, e acredita-se que milhões morreram na Grande Fome Chinesa entre 1959 e 1961.
Condições de fome foram relatadas em pelo menos cinco locais no Sudão, incluindo em campos de deslocados em Darfur, segundo um comunicado da ONU, e a situação está prestes a piorar com a continuação dos combates e o colapso de serviços básicos.
“Essa é uma crise humanitária realmente sem precedentes por sua escala e gravidade e exige uma resposta sem precedentes em escala e intenção”, disse Tom Fletcher, coordenador de ajuda emergencial da ONU.
(Reportagem de Emma Farge)