Lar Saúde Conheça os diversos tipos de Jerez e suas diferenças

Conheça os diversos tipos de Jerez e suas diferenças

por Esper Chacur Filho
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Arquivo Pessoal/Esper Chacur Filho

Diez Merito – Victória – é do tipo Manzanilla, sendo seco, com notas marítimas bem proeminentes e fácil de beber’

Nem todo vinho é composto cem por cento de bebida fermentada, muitos vinhos são “fortificados” com a adição de destilados. Os vinhos fortificados são aqueles que passam por adição de aguardente vínica (geralmente destilado de uva), aumentando seu teor alcoólico e influenciando seu perfil de sabor. A prática de fortificar o vinho, nos países europeus, é milenar. De Portugal, temos o Vinho do Porto e o Vinho Madeira, como os mais famosos fortificados; o Marsala é típico do sul da Itália; os Vins Doux Naturels, por seu turno, do sul da França; mas o nosso foco, aqui, será o Jeres, da Espanha

A região de Jerez de la Frontera, localizada na Andaluzia, sul da Espanha, possui uma rica tradição vinícola que remonta a mais de 3.000 anos. Os fenícios introduziram a viticultura na região e, ao longo dos séculos, diferentes civilizações, incluindo romanos e mouros, contribuíram para o desenvolvimento das técnicas de produção de vinho. No Século XIII, durante a Reconquista, o rei Fernando III incorporou Jerez ao reino de Castela, consolidando a produção de vinhos na região. A partir do Séc. XV, os vinhos de Jerez ganharam popularidade internacional, especialmente no Reino Unido, onde são conhecidos como Sherry.

A produção do vinho de Jerez se caracterizada por métodos únicos e as uvas utilizadas são Palomino, Pedro Ximénez e Moscatel. A “fortificação” consiste em, após a fermentação, adicionar-se aguardente vínica para aumentar o teor alcoólico. Há alguns métodos ou sistemas que são adotados e foram criados na região de Jerez. O Sistema Solera consiste em envelhecer os vinhos em barris de carvalho empilhados em camadas chamadas “criaderas” e “solera”. O vinho mais jovem é gradualmente misturado com o mais velho, garantindo consistência e complexidade ao produto final. Com relação aos tipos de Jerez e suas características, temos:

(1) Fino: Seco, pálido e delicado, com aromas de amêndoas e notas salinas. Envelhecido sob uma camada de leveduras chamada “flor”, que protege o vinho da oxidação. 

(2) Manzanilla: Semelhante ao Fino, mas produzido exclusivamente na cidade costeira de Sanlúcar de Barrameda. Apresenta frescor e notas salinas mais pronunciadas. 

(3) Amontillado: Inicialmente envelhecido sob “flor” como um Fino, mas posteriormente exposto à oxidação. Combina características de Fino e Oloroso, com notas de nozes e caramelo. 

(4) Oloroso: Envelhecido sem a proteção da “flor”, resultando em um vinho encorpado, de cor escura, com aromas de nozes, especiarias e notas balsâmicas. 

(5) Palo Cortado: Raro e misterioso, começa como um Fino, mas evolui de maneira inesperada, desenvolvendo características tanto de Amontillado quanto de Oloroso. 

(6) Pedro Ximénez (PX): Doce e encorpado, produzido a partir de uvas Pedro Ximénez secas ao sol. Apresenta sabores intensos de passas, figos e mel. 

Para se conhecer, tem que provar, assim, vou sugerir alguns vinhos de Jerez disponíveis no Brasil; e começo com o Vinho Jerez Fino La Ina 1920, um Fino expressivo, seco e aromático, com notas de amêndoas e um final equilibrado, ele é ideal como aperitivo ou para acompanhar frutos do mar. O Tio Pepe Jerez Fino Clássico Fino é seco e refrescante, com aromas de frutas secas e um toque salino, e harmoniza bem com tapas, frutos do mar e queijos suaves. O Jerez Marques Del Real Tesoro Oloroso, Tinto Oloroso, é encorpado, com aromas de nozes e especiarias, ideal para acompanhar carnes assadas e queijos curados. O Diez Merito – Victória – é do tipo Manzanilla, sendo seco, com notas marítimas bem proeminentes e fácil de beber, inclusive acompanhando um Serrano fatiado bem fino. O Pemartin Pedro Ximenez Jerez – Sherry – apresenta dulçor e acidez que o classificam como típico vinho de sobremesa. O Emilio Lustau – Amontillado – Los Arcos Seco-Dry, é rico, cheio de nozes e de longevidade ímpar. Esses vinhos refletem a diversidade e a riqueza dos Jerez, permitindo uma experiência autêntica dos sabores dessa histórica região vinícola. Salut!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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