Pequim retalia Donald Trump, que se diz otimista com o acordo, além de destacar sua boa relação com o presidente chinês, Xi Jinping
- Por Jovem Pan
- 12/04/2025 09h43
MANDEL NGAN e GREG BAKER/AFP
Apesar das tensões, o mercado financeiro mostrou sinais de alívio, com o dólar em queda e o Ibovespa em alta
Em nova etapa da guerra comercial, tarifa de 125% imposta pela China sobre produtos americanos inicia neste sábado (12). Retaliação foi uma resposta direta às tarifas de 145% aplicadas pelo governo de Donald Trump. A decisão chinesa que têm gerado tensões significativas na economia global. O Ministério das Relações Exteriores da China declarou que, para que um diálogo efetivo ocorra, os Estados Unidos devem cessar suas atitudes imprevisíveis e destrutivas. A China, conforme a chancelaria, não se curvará à pressão americana, defendendo a justiça e a equidade na ordem global.
Apesar do aumento das tensões, a Casa Branca, por meio de sua porta-voz Karoline Leavitt, expressou otimismo quanto à possibilidade de um acordo comercial com a China. O presidente Trump, em declarações a bordo do Força Aérea 1, afirmou sentir-se confortável com a situação atual e destacou sua boa relação com o presidente chinês, Xi Jinping. Especialistas, como o economista Luciano Costa, acreditam que a China está mais preparada para enfrentar as tarifas americanas do que em 2018. A China pode redirecionar seu comércio para parceiros confiáveis, como o Brasil, e estimular o consumo interno, o que pode mitigar os impactos das tarifas americanas.
O professor de relações internacionais Carlos Gustavo Poggio observa que a disputa vai além de questões comerciais, refletindo uma luta pela hegemonia global. Ele destaca a importância das alianças estratégicas dos Estados Unidos, construídas ao longo de décadas, e alerta para os riscos de um isolamento americano. Poggio também aponta para uma transformação estrutural no cenário internacional, com um aumento do protecionismo e uma diminuição das democracias. Esta mudança pode ter implicações de longo prazo para a ordem global, afetando não apenas as economias envolvidas, mas também o equilíbrio de poder mundial.
Apesar das tensões, o mercado financeiro mostrou sinais de alívio, com o dólar em queda e o Ibovespa em alta. Diogo da Luz, analista econômico, argumenta que barreiras comerciais resultam em menos produtos e preços mais altos, defendendo a abertura e a interação como caminhos para o crescimento econômico. Ele sugere que, em vez de se envolver em disputas tarifárias, as nações deveriam buscar formas de cooperação que beneficiem todas as partes envolvidas.
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