Lar Saúde Conheça Córsega, a ‘Ilha da Beleza’ que produz vinhos e tem uma viticultura que remonta ao século VI a.C

Conheça Córsega, a ‘Ilha da Beleza’ que produz vinhos e tem uma viticultura que remonta ao século VI a.C

por Esper Chacur Filho
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Região possui nove denominações de origem controlada, destacando-se as regiões de Ajaccio e Patrimonio; principais castas tintas incluem Niellucciu (conhecida como Sangiovese na Itália), Sciaccarellu e Grenache

  • Por Esper Chacur Filho
  • 16/03/2025 08h00 – Atualizado em 16/03/2025 15h23

Esper Chacur Filho/Jovem Pan

Viticultura na Córsega remonta ao século VI a.C., com influências de várias culturas ao longo do tempo

A França é o país produtor de vinhos que, talvez, tenha mais microrregiões e, consequentemente, diversidade. Claro que as mais famosas (Bordeaux, Borgonha, Loire e Rhonê) dominam o mercado consumidor e, via de consequência, ditam o gosto do consumo. Entretanto, há regiões produtoras que oferecem vinhos espetaculares e que, infelizmente, não são tão conhecidas. A Córsega é uma delas e carrega história, cultura e terroir que merecem mais atenção. Não tenho dúvidas que para bem conhecer o vinho, é importante saber um pouco da história e características da região de onde ele vem. Neste diapasão, é importante lembra que a Córsega, conhecida como “Ilha da Beleza”, possui uma história rica e complexa. Seu nome deriva do latim “Corsica”, embora as raízes etimológicas possam estar ligadas a antigas línguas mediterrâneas.

Na Córsega, falam-se principalmente francês e córsico (corsu). A ilha, hoje sob o domínio francês, já esteve sob o controle dos gregos (sec. IV a.C,), etruscos (70 d.C.), romanos (240 a 400 d.C.), mais adiante genoveses, até ser proclamada a República da Córsega (1755), tendo passado a domínio francês em 1.769, que, anexou a ilha após a Batalha de Ponte-Novo. Atualmente possui um forte movimento autonomista, que busca mais independência dentro da França.  Desta forma e ao longo dos séculos, foi influenciada por diversas civilizações, cada uma contribuindo para a formação de sua identidade cultural única. Hoje, a população é majoritariamente de origem corsican (corsos nativos) e francesa, com minorias de italianos e outros europeus. Apesar de pertencer à França, a cultura corsa mantém fortes ligações com a Itália, especialmente na língua e nos costumes.

A gastronomia corsa reflete sua geografia montanhosa e litoral extenso. Pratos de charcutaria, como Figatellu (linguiça de fígado de porco), Lonzu (lombo de porco curado) e Copa (lombo de porco desossado e curado), são tradicionais na ilha. O queijo Brocciu, feito de leite de ovelha ou cabra, é uma iguaria local, frequentemente utilizado em sobremesas como o Fiadone, uma espécie de torta.  No litoral, a culinária mediterrânea predomina, com pratos à base de frutos do mar.  

A viticultura na Córsega remonta ao século VI a.C., com influências de várias culturas ao longo do tempo. A ilha possui nove denominações de origem controlada (AOC), destacando-se as regiões de Ajaccio e Patrimonio. As principais castas tintas incluem Niellucciu (conhecida como Sangiovese na Itália), Sciaccarellu e Grenache. Entre as brancas, Vermentinu (ou Vermentino) é a mais proeminente, produzindo vinhos frescos e minerais. Os métodos de produção variam conforme a região e o produtor, mas há uma tendência crescente em envelhecer vinhos tintos em barris de carvalho para adicionar complexidade.

Os vinhos rosés representam cerca de 55% da produção, sendo frescos e frutados, ideais para o clima mediterrâneo. Os tintos são estruturados, com notas de frutas vermelhas e especiarias, enquanto os brancos são aromáticos, com toques florais e minerais. Para harmonizações, os vinhos brancos da Córsega acompanham bem frutos do mar e queijos locais, como o Brocciu. Já os tintos são ideais para pratos de carne, especialmente os embutidos tradicionais e preparações à base de javali. 

Entre os produtores de destaque na ilha, podemos citar Domaine Leccia, Orenga de Gaffory, Domaine Gentile, Domaine Giudicelli, Domaine D’Alzipratu, Domaine CasaNova Don Paolu e Sant Armettu.

Infelizmente encontramos poucos rótulos de vinhos corsos aqui no Brasil, vou citar alguns que, com um pequena pesquisa na internet, é possível adquirir. São eles: (1) Cave d’Aléria Terra Santa Tinto; (2) Domaine CasaNova Don Paolu – IGP Ile de Beauté, (3) Brama Sciaccarellu Vin de Corse, (4) Córsega Prestige du Président – Union des Vignerons de L’Île de Beauté e (5) Yves Leccia e Croce Blanc. 

Abrir os horizontes sempre equivale a apreender mais conhecimento e cultura; vinho e gastronomia são os mais  deliciosos caminhos para este objetivo. Salut!! 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

  • Tags:
  • França, vinho

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